“DISCIPLULADO “

Mc.3:13-19, quando Jesus chamou seus discípulos, vemos que Ele os chamou primeiramente para um compromisso e uma aliança.

Ele não quer homens soltos, mas ligados em aliança. E é isto que a Igreja hoje precisa: ter aliança e ligação entre os irmãos e não ser apenas um clube religioso, aonde as pessoas vão sem se comprometerem. Somos Igreja de Deus. Uma comunidade comprometida e ligada em aliança. O Discipulado começa com aliança, com a Igreja e com os irmãos, mas vai além disso, chegando até o fato de você estar encaixado em sua célula ou grupo Familiar. 

Deus nos coloca como membros, cada um em seu lugar. Todos têm seu lugar, em que precisam estar ligados não somente a Jesus, mas ao Corpo também. A palavra “discípulo” significa “alguém que está sendo formado”. E é isto que acontece nessa Igreja, todos estamos sendo formados e moldados conforme o caráter de Cristo (Rm.8:29; II Co.3:13). Ser discípulo significa crer e aceitar que Deus quer mais do que apenas salvar sua alma. Isto é verdade, mas seu plano vai além. Ele quer que estejamos ligados em aliança e que oremos e nos relacionemos em alianças uns com os outros, e assim Seu caráter estará sendo impresso em nossas vidas.
É importante estarmos ligados a Deus e a Igreja como um todo, mas também ligados e comprometidos aos obreiros e líderes que nos auxiliam como cobertura, representando a liderança, no grupo do qual fazemos parte. Faz parte da nossa visão que o povo de Deus seja comprometido e ligado ao Discipulado cristão. Que todos sejam ligados em aliança com a Casa de Deus e com os obreiros irmãos que os cobrem, orientando os sobre como alcançar o propósito de Deus em suas vidas.
Cremos também que na estrutura de uma Igreja local deve haver sempre uma liderança plural, ou seja, mais de um pastor de governo da mesma.

Veremos agora alguns princípios no qual se baseia o Discipulado:

1- Maturidade: Isto quer dizer que para haver o Discipulado verdadeiro é significativo e necessário que haja diferença de maturidade entre o discipulado ase o discípulo. As bases para exercer o Discipulado são a diferença de maturidade e o caráter cristão. Quando não houver um destes dois fatores, então teremos um Discipulado sem sentido. Entre a pessoa que discípula e o Discípulo deve haver uma boa diferença de maturidade. Não devem ser pessoas próximas em termos de maturidade cristã. Existem relacionamentos de Discipulado que quando se iniciam tem sentido, visto ter está diferença, mas com o passar do tempo a diferença se perde, e o relacionamento não muda, isto é errado. A pessoa discipulada deve procurar outra cobertura que tenha maturidade e capacidade para ajudá-la a crescer. Portanto o Discipulado deve ser baseado não apenas no fator legalidade de posição, mas de maturidade e experiência cristã.

2- Caráter Cristão: O Discipulador deve levar o discípulo ao caráter de Cristo, e não aos seus aspectos pessoais de visão e de maneiras. É nossa obrigação demonstrar pelo nosso viver, formar nas pessoas as mesmas atitudes e o mesmo caráter de Cristo. Não temos o direito de fugir do padrão e do modelo que Ele nos deixou nas Escrituras. Nenhum obreiro tem o direito de por outro modelo, além do demonstrado: o caráter de Cristo. Conhecemos obreiros que agem totalmente diferente da forma como Cristo agiu: são brutos, nervosos, impacientes e exigentes com seus discípulos, e usam o “nome de Jesus” para produzir cura quebrantamento e tratamento. É Deus quem produz cura. É Dele que vem o quebrantamento, nossa responsabilidade é ministrar por ensino e por ações o modelo de Cristo.

Outro ponto a tratar é que o Discipulado não abafa o sacerdócio, em (I Pe.2:9), Pedro diz que somos sacerdotes. Em (I Jo.2:27) diz que temos a unção que nos ensina, e está unção é do Espírito Santo de Deus. Logo o desafio de Deus é para que Seus filhos sejam maduros e adultos. O Discipulado deve gerar maturidade, levando os irmãos a conhecerem a vontade de Deus e terem discernimento espiritual para tomarem suas decisões.
O verdadeiro Discipulado não abafa, mas amadurece, não restringe e constrange, mas gera sacerdócio espiritual e capacidade para ouvir a voz de Deus e obedecê-la . Portanto, na infância espiritual deve haver muita assistência e ajuda, mas à medida que vem o crescimento deve haver o espaço para expressão individual. E assim estaremos treinando pessoas a conhecer a Deus, porém não dependentes de nós, ainda que ligadas.

3- Responsabilidade do Discipulador: é importante o discipulador saber que ele é responsável pelo cuidado e crescimento das pessoas a ele confiadas. Não é uma questão de apenas se encontrarem nas reuniões, mas o obreiro, é a primeira pessoa responsável para cuidar, zelar, preocupar quando a pessoa está com problemas ou não veio aos cultos. A responsabilidade do discipulador vai desde a oração, o cuidado pastoral, tirar dúvidas, estudos de células até ver o crescimento satisfatório aparecer. Não são apenas coisas externas, mas o termômetro é o crescimento cristão.
O obreiro é responsável por levar a pessoa a crescer e à amadurecer em Deus. Isto envolve uma série de responsabilidades que vão desde oração até a supervisão das áreas da vida dos irmãos, como: dízimos, namoros, relacionamentos com os pais, relacionamento no emprego e etc.
Creio ser importante dizer que no primeiro ano de conversão o novo convertido necessita de ajuda e assistência semanal, e depois do primeiro ano isto pode se estender a cada (15) quinze dias. E à medida que amadurece a pessoa pode ter menos contato pessoal, mas a ligação sempre permanecerá.
Discípulo de quem?
Entender que o discípulo não é nosso e sim de Jesus. Não é nossa propriedade, mas sim de Jesus. Formamos discípulos de Jesus para Jesus. (I Pe.2:9)

A - Sete Princípios de Discipulado

1 - Reconhecer sua necessidade de mudar – Lc.15:17-19
Discipulador e discípulo sempre terá algo para mudar, melhorar e aperfeiçoar.

2 - Abandonar e arrepender-se das maneiras e métodos não Bíblicos - Fl.2:5-8
Jesus se humilhou, e se esvaziou: de orgulho, de direitos, defesas pessoais
Assumiu forma de servo, se despiu das vestes do mestre
Ele obedeceu, só obedece quem se esvazia do eu. Mt.23:11 /Mt.9:23 /Pv.15:33

3 - Estar disposto a perder tudo pela glória de Deus - Lc.14:25-26
Não trocar as coisas eternas pelas terrenas.

4 - Reconhecer a soberania de Deus Ele faz o que bem entende - Dn.4:17-26
Não discutir com Deus, mas obedecer.
Deus nunca erra, nunca falha. Ele é o oleiro e eu sou o barro.

5 - Submeter-se ao Discipulador e outros líderes (homens e mulheres de Deus) Hb.13:17 Rm.13:1-2
Toda autoridade vem de Deus, resisti-la trás condenação.
Ele institui e remove a autoridade. Você não será amaldiçoado se obedecê-la.
Só tem autoridade quem está debaixo de autoridade.
Obs.: autoridade só deve ser seguida se aquilo que ele fala ele faz, ou está num processo de mudança

6 - Quando eu errar, admitir francamente o erro e começar de novo. Nunca justifique os seus erros - Sl.51:4 / Hb.10:38
- Admita-os - Encare-o
- Assuma-os
Não resista em liberar perdão ou em pedir perdão, nunca pare (acerte tudo, comece de novo)

7 - Ter paciência e perseverança para esperar todo tempo necessário antes de dizer “eis o caminho e siga-me - I Co.11:1 / Fl.3:17
Tem que ter o caráter de Cristo é viver antes de dizer o que os outros devem fazer. Não ser precipitado com seus discípulos (em fazer discípulos)
- ter paciência
- não exigir
- viva a palavra primeiro antes de ensiná-la
Cuidado com farisaísmo (faz o que eu falo, não o que eu faço). Fazer um discípulo é um privilégio, mas também uma grande responsabilidade. Fomos chamados para servir os discípulos e não para sermos servidos.